Crise na Europa atrai investidores para a Bahia

Nove empresas portuguesas planejam se instalar no parque industrial de Entre Rios, a 134 km de Salvador. O grupo, com atuação nas áreas de construção civil, energia e telecomunicações, assinou protocolo de intenções com a prefeitura daquele município. A expectativa é que, até julho de 2012, algumas delas já comecem a operar.  Uma das indústrias, a BM ViV, pretende investir 35 milhões de euros na instalação de uma fábrica de painéis solares para abastecer os mercados do Mercosul, África e Europa. Outras sete empresas espanholas já manifestaram intenções de ampliar seus negócios abrindo uma unidade em Entre Rios. De acordo com Harnoel Lier, um dos coordenadores do projeto e sócio da Tract, que atua na consultoria e assessoria de empresas, o parque industrial de Entre Rios deve abrigar, no prazo de quatro anos, até 100 indústrias, gerando mais de cinco mil empregos.   Em troca, a prefeitura se compromete a doar o terreno para instalação do parque industrial, dotar a área de moderna infraestrutura, além de garantir alguns benefícios fiscais. Com a crise econômica que atinge a Europa e reduziu drasticamente a demanda, muitos empresários estão abrindo filiais no Brasil para garantir a sobrevivência dos negócios. De acordo com Lier, de julho a novembro último, só a Tract viabilizou 17 vistos para investidores portugueses e espanhóis. Este é apenas o início de uma boa invasão de europeus no Brasil. Um protocolo recentemente assinado entre a ordem dos engenheiros do Brasil e de Portugal vai permitir, por exemplo, que profissionais portugueses que estão fugindo da crise e planejam emigrar no Brasil tenham acesso livre para exercer a profissão aqui.   O desejo é que este tipo de convênio seja ampliado para outras atividades.  Na avaliação de um executivo baiano, acordos como este beneficiam o país, que passa a contar com uma mão de obra qualificada que está disponível de imediato. “Mão de obra qualificada significa que podemos aumentar a produtividade de nossas empresas e, assim, ter mais competitividade internacional”, assinala.